Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
DR. SARARÁ
José Bonifácio tinha procurado um curandeiro conhecido por “Sarará” para tratar das hemorróidas. Com resultados desastrosos, que deixaram suas “partes pudendas” em petição de miséria! E ele próprio profundamente contrafeito e humilhado! A partir de então, quando alguém queria enfurecer o Ministro, bastava perguntar-lhe notícias do tal curandeiro.
Numa festa de entrudo, a que José Bonifácio assistia, aproximou-se dele dançando um dominó mascarado e, no tom mais inocente, perguntou-lhe:
– E então, ministro, como vai o Dr. Sarará?
José Bonifácio, rubro de ódio, já erguia a bengala para desferir uma pancada na cabeça do atrevido, exclamando:
– Ah, patife!…
Quando o dominó retirou a máscara, revelando que tratava-se de D. Pedro I. Que deu uma sonora gargalhada, e saiu dançando…
TORCEDORA
Humberto de Campos dizia que a mania, a idéia absorvente, no início do século XX, era o futebol! A sua influência se verificava mesmo nos assuntos mais opostos.
Por ocasião de um incêndio à Rua Sete de Setembro, o povo amontoava-se próximo ao local do sinistro, olhando o espetáculo apavorante, quando o Corpo de Bombeiros chegou. Em um momento, foram estendidas, na rua, 6 linhas de mangueiras, atacando o fogo.
E foi nesse instante, no mais grave e impressionante da tragédia, que se ouviu, partindo de um grupo de moças, esta observação imprevista:
– Olhe, mana, bom agouro!
– Em que? – indagou a outra.
E a primeira, radiante, apontando as chamas e os bombeiros:
– Botafogo, 1; Mangueira, 6!
E AGORA?
A família reunida jantava, quando chegou um telegrama comunicando a morte de um parente distante. Enquanto o pai lia o telegrama com a notícia infausta, o menino, muito compenetrado, perguntou-lhe:
– Oh! Papai! A gente tem que chorar antes ou depois da sobremesa:
LAVANDERIA
Um estudante mandou ao tintureiro um terno de roupa que usara durante alguns anos e que, no dia seguinte, recebeu do tintureiro num embrulho pequenino.
– Está aqui a sua roupa – disse-lhe o tintureiro. O rapaz escancarou os olhos, muito intrigado. Abriu o pacote e encontrou apenas os botões.
– A sua roupa – explicou-lhe depois o tintureiro – estava tão sebosa que, quando fui submetê-la à lavagem, em água quente, a roupa derreteu-se toda, tendo podido salvar somente os botões…
BICHOS
Humberto de Campos contava que nos anos 20, tudo, no Rio, tinha por padrão o jogo do “bicho”.
Se eram moças que conversavam, e tratava-se de casamento, indagava uma:
– Que idade tem o noivo?
– Vinte e cinco anos.
– E tu?
– Dezessete.
E a maníaca, batendo as mãos:
– Esplêndido! Macaco e vaca!
GANHA A MAIORIA
Num lugarejo do interior do nordeste, um eleitor diz a outro, enquanto observam uma mesa eleitoral, com vários desordeiros de partidos contrários, brandindo cacetes uns contra os outros:
– Foi eleito o Salgado, por uma maioria de 77 porretes.