Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
QUASE A MESMA COISA
A jovem e linda mundana, deitada num divã, diz ao velho magnata que acaba de chegar sobraçando um buquê de flores:
– Então!… Meu amor! Como demoraste. Não recebeste o meu cartão?
– Sim, recebi, mas muito tarde. E durante todo o dia esperei nervosos o carteiro.
E eu aqui, ansiosa pela… carteira…
MAÇADA
Uma mulher, empunhando um frasco de remédio e procurando acordar alguém, que dorme pesadamente, se lastima:
– Que maçada! O doente caiu num sono tão profundo, que não consigo acordá-lo para dar-lhe o narcótico.
DETERMINAÇÃO
Um boêmio, recolhendo a casa às três da madrugada, com as botinas enfiadas na bengala, dizia a si mesmo:
– Tomei champanhe, tomei uísque, tomei conhaque, tomei vinho do porto, tomei marrasquino e licor de menta… Depois comi um filé petit-pois com salada de alface, e tomei um copo de água mineral!…
E, sentindo-se completamente tonto, decidiu:
– Não como mais alface, e nem tomo mais água mineral. Fazem-me um mal medonho!…
ESCLARECIMENTO
Um sujeito namorava a filha de uma viúva, a quem esta, estranhando as excessivas liberdades do “pirata”, interpelou um dia:
– Doutor Moreira, o senhor está namorando minha filha, é para casar, ou para que é?
O boêmio estremeceu dos pés à cabeça, mas, recobrando, de pronto, o sangue frio, respondeu, firme:
– É… “para que é”, minha senhora!
E desapareceu.
A PRESIDÊNCIA DE RUI
Rui Barbosa concorreu quatro vezes à Presidência da República, sem nunca ter conseguido se eleger. Pouco depois da última tentativa, por divergências com alguns de seus pares, também renunciou à presidência da Academia Brasileira de Letras.
A respeito disso, Antônio Torres escreveu: “(…) mas, como o Sr. Rui tem necessidade de uma presidência, seja lá do que for, e como é ele o eterno candidato da mocidade das escolas, é bem possível que s. ex. ainda acabe os seus dias como digno presidente de uma república de estudantes; a menos que s. ex. não queira disputar ao Sr. Nilo Peçanha a presidência da Sociedade Dançante Recreio das Turmalinas Pretas…”
SÓ SE FOR ISSO
Procópio Ferreira, o mais afamado ator cômico de sua época, certa vez ensaiava um ator novato. O homem, porém, queria supervalorizar seu papel na comedieta, e não aceitava passivamente a orientação de Procópio.
– Desculpe, seu Procópio, eu não sinto o papel do jeito que o senhor me ensinou. O que eu queria mesmo era “criar” um tipo. Criar, entendeu, seu Procópio? Criar!…
E Procópio, com a cara mais deslavada do mundo:
– Criar um tipo?! O senhor?! A única coisa que o senhor está autorizado a criar… é galinha.