Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

HAJA DENTES!

O poeta maranhense Souzandrade, recolheu-se na velhice a uma quinta, cercada de um muro enorme, que parecia de uma fortaleza. Sem recursos, começou a vender os pedaços do muro, aos metros, como material de construção.

Aos que lhe perguntavam como ia, ele respondia, sorrindo resignado:

– Eu, menino? Comendo pedras!…

TRABALHO DURO

Um indivíduo, encostado ao pilar de amarração de navios, em Santos, lamentava-se em alta voz:

– É duro… não se tem descanso… é trabalhar e mais trabalhar, para ganhar uma ninharia… carregar sacos e fardos o dia inteiro… à noite o cansaço nem deixa dormir… Isto não é vida!

Um cavalheiro, condoído, perguntou-lhe o motivo por que se lamentava.

– Então o senhor pensa que é brincadeira descarregar e carregar um navio?

– Realmente: é serviço pesado, Há quanto tempo trabalha nesse serviço?

E, num desanimador suspiro, respondeu o indivíduo:

– Vou começar amanhã…

UMA DO LIMA

Um deputado, que não apreciava Lima Barreto, de talento imenso, mas grande bebedor; andava dizendo que o dito escritor era um bêbado.

Lima Barreto, certo dia, cercou o deputado na rua e disse-lhe:

– É melhor ser bêbado do que ser burro! O bêbado só está bêbado quando bebe e o burro, como Vossa Excelência, é burro a vida inteira!

EU, NÃO!

No auge da crise econômica mundial de 1929, o diretor do Manicômio do Juqueri, dirigindo-se a um internado, chamou-lhe a atenção:

– Mas o senhor ainda está aqui?! Há quinze dias lhe dei alta e ainda está ocupando lugar! Vá-se embora! O senhor já sarou, desocupe o lugar para outro!

E o sujeito, com toda a calma:

– Eu?! Sair do Juqueri, com esta crise? Só se eu estivesse louco!!!

DEU NO RÁDIO!

“Notícia” no programa humorístico do rádio, da PRK-20, de Lauro Borges e Castro Barbosa:

“Da Capital e dos Estrados. Pondamanhamgaba, 18 – O Sindi-gato de Guardas Noturnos desta capital digeriram ontem uma petição ao Sr. Chefe de Polícia, Dr. Lumbago da Costa, pedindo para que, em virtude das noites serem agora muito frias, e ainda por causa do perigo dos ladrões, seja-lhes permitido trabalhar somente durante o dia”.

DE ONDE?

O alegre escritor Leonardo Mota era um bebedor contumaz. Nos seus últimos dias, como lhe declarassem estar ele sofrendo de barriga d’água, ainda manteve o bom-humor, protestando:

– Água? Mas se é coisa que eu nunca bebi…