Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
ANALOGIA
Comparavam alguns os tribunais às moitas de espinhiros, onde a ovelha busca abrigo contra os lobos, mas donde não se retira sem deixar nela parte do pelo!
PARA PORTUGAL!
Referindo-se ao desapego dos colonos ao Brasil, Frei Vicente do Salvador afirma que os povoadores, por mais arraigados que na terra estejam, e mais ricos que sejam, tanto portugueses quanto já aqui nascido, tudo pretendem levar a Portugal. E se as fazendas e bens que possuem soubessem falar, haveriam de lhes ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a primeira coisa que ensinam é “papagaio Real, para Portugal!”
E POSSO LEVAR UMA PONTE?
Dada a precariedade das fontes, pontes, caminhos e outras coisas públicas da Bahia, reuniram-se certa ocasião os homens importantes da cidade, para decidirem os investimentos que fariam nesses bens de uso comum da população. A discussão foi interrompida, entretanto, pelo aparte de um desses grandes senhores, que disse:
– Que ponte, nem meia ponte! E lá posso eu carregar uma ponte para Portugal?! Isso tudo há de aqui ficar quando voltarmos para o Reino! Só colocarei dinheiro em ouro, prata e pedras preciosas; coisas que poderei levar comigo quando retornar para terra de gente!…
E assim, continuaram por longos anos a beber água suja, a se molhar ao passarem os rios, e a se embarrar nos caminhos.
É CADA UM POR SI, TERRA DE MURICI!
Diz Frei Vicente do Salvador: nenhum homem nesta terra é público, nem zela ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular.
O rico e influente bispo de Tucuman, da Ordem de S. Domingos, se dirigia à Corte, e, na Bahia, mandou seus criados comprarem um frango, quatro ovos e um peixe, para ele comer. Mas nada conseguiram, porque nada se encontrava (ou não lhe queiram vender!) nos armazéns ou no açougue!
Assim, tiveram que pedir as ditas coisas nas casas particulares, onde descobriram que havia estas e muitas outras iguarias! Verificou o infortunado bispo que, no Brasil da época era assim: Cada um por si, e o resto que se exploda!… Quem era rico, e tinha escravos, pescadores e caçadores, que lhes trouxessem a carne e o peixe, e conseguia comprar pipas de vinho e azeite (e ficar devendo, porque era costume comprar e não pagar), estocava o máximo que podia em sua despensa. E isso não vendiam! Não davam! Não emprestavam!…
NO AMOR E NA GUERRA…
A espoliação a que a coroa portuguesa submetia o Brasil Colônia , fez com que, em fins de 1707 ou começo de 1708, o ódio entre brasileiros e portugueses explodisse na sanguinolenta guerra civil, chamada de “Paulistas e Emboabas.”
Os brasileiros apelidaram os portugueses de “emboabas”, que era o nome de um tipo de galinha nativa, por duas razões: 1) essas galinhas eram as aves mais medrosas que havia; 2) elas tinham as pernas todas cobertas de plumas, e os portugueses usavam botas de canos muito longos, até as coxas.
EU? NADA…
Um homem estava de luto dos pés à cabeça: traje todo negro, cabeleira preta, rosto abatido, rosário nas mãos. Um dos seus amigos aborda-o solidário:
– Ah, meu Deus! Que é que perdeste?
– Eu? – respondeu o outro – não perdi nada; minha sogra é que faleceu.