Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
BANQUETITE AGUDA
Um embaixador numa corte estrangeira, havia estado sete horas à mesa num banquete, e pensou que ia arrebentar. Mais tarde, relatando o fato em carta ao seu rei, ele dizia: “Que se deixará de fazer a serviço de Vossa Majestade?” Mas terminava assim: “Eu antes prefiro fazer orações pela Vossa saúde, que beber a ela”.
DOSE PARA LEÃO
Querendo certo deputado ostentar sua erudição no discurso que fez a um príncipe, começou assim:
– Quando Aníbal partiu de Cartago…
O príncipe, que já tinha ouvido vários discursos, atalhou-o, dizendo:
– Quando Aníbal saiu de Cartago, já tinha jantado. E é o que eu vou fazer agora…
PEDRA COVARDE
Um bêbado queria sair por um beco, achando que era travessa, e não conseguindo, entendeu que lhe tinham fechado a saída. Tira então da espada e entra em estocadas e cutiladas contra uma grande pedra, pensando ser um homem, e com as pancadas saíram algumas faíscas:
– Ah, velhaco, – diz ele recuando – vens com armas de fogo!
ISSO TAMBÉM NÃO
Estavam certos fidalgos moços a exagerarem suas casas, morgados, carruagens, cavalos, etc. Dizia um – depois dos outros terem exposto o que quiseram:
– Eu dou dois mil cruzados por ano, de ordenado ao meu mordomo.
Parecendo-lhes a eles excessiva a patranha, disse um deles:
– E vós pagais-lhe tudo isso?
Responde ele mui sinceramente:
– Não, isso não.
LIMPA LÁ, SUJA AQUI
O marquês do Lavradio, que tanto fez, como vice-rei, pelo asseio da cidade do Rio de Janeiro, era, como se sabe, indiscretamente dado às aventuras amorosas. Por esse tempo, havia na cidade um doido, tipo popular, de nome Romualdo, famoso pelo modo desabusado porque tratava toda gente.
Encontrando-o uma vez, o vice-rei perguntou-lhe, de bom humor:
– Então, Romualdo, que dizem por aí de mim?
– Dizem que Vossa Excelência, Limpa as ruas, mas suja as casas! – respondeu o aluado.
E foi saindo.
SÓ SE FOR DO ALÉM
Certo sujeito foi visitar um amigo que estava muito doente. Encontrando a mulher do adoentado à porta da casa, esta lhe disse, aos prantos:
– Ele nos deixou!… Ele nos deixou!…
O visitante então respondeu:
– Que lástima! Mas, quando ele retornar, por favor, não deixe de avisar-lhe que eu estive aqui!