Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

RECOMPENSA

Durante o conflito entre portugueses e holandeses, houve um escravo de um serralheiro português que prendeu seu senhor e, depois de esbofeteá-lo, dizendo-lhe que já não era seu senhor senão seu escravo; não contente, ainda cortou-lhe a cabeça.  Depois – lembrando-se do ódio que tinham os holandeses aos portugueses – teve a idéia de levar a cabeça do amo morto ao coronel dos holandeses, na certeza de que este lhe daria uma recompensa.

O coronel, de fato lhe deu duas patacas, …mas depois o mandou enforcar, sob o argumento de que quem fizera aquilo a seu senhor, também o faria a ele, se pudesse!

LAMBENDO A LUZ

No Brasil do século XVII, certa vez houve grande falta de óleo de peixe, tanto para a sinalização de barcos e navios, como para a iluminação dos engenhos que trabalhavam toda a noite. Assim tiveram que utilizar azeite de dendê. Os colonos porém ficaram admirados ao constatarem que esse óleo não durava nada! Depois foi descoberto o mistério: Os negros eram loucos por esse azeite, e não bastava todo o azeite do mundo para a iluminação. Tanto assim que tiveram que misturar-lhe um outro azeite amargoso, e fedorento, para que os escravos não lambessem os candeeiros!…

SIPANTA! SIPANTA!

Nas lutas contra o invasor holandês, havia um negro, de nome Bastião, que combatia ao lado dos portugueses. Era esse negro extremamente aguerrido, mas atrapalhado para falar, como ele só!  Em meio à certa batalha, ao ouvir o comando de “Retirada!”, contestou: “Não retira! Sipanta! Sipanta!”. O que o bravo Bastião queria dizer era : “Não retiremos! À espada! À espada!”

QUAL BRASIL, QUAL CARAPUÇA

Frei Vicente do Salvador, em sua História do Brasil, salienta a nenhuma importância que o rei de Portugal dava ao Brasil na época, que nem o título quis dele. De fato, o monarca português intitulava-se Senhor de Portugal e dos Algarves, Senhor de Guiné e da Conquista. Do Brasil, necas!

Guiné era mais importante que o Brasil. Isso que o rei do Congo questionava o direito a esse título:

– “Senhor” de Guiné por quê? Por uma caravelinha que lá vai e vem?

CAPITAL

Perguntou um truão a uma linda dama da corte, se condescenderia em ser sua querida, caso a fortuna o houvesse dotado com vinte mil ducados.

– Nunca! Ainda que fossem cem mil!

– Mas, e se eu tivesse meio milhão?

– Aí poderias dizer que ninguém te iria resistir…

– Maldita sorte a minha! Exclamou o bobo – mais um belo negócio que eu perco por falta de capital!

DE PORTE

Um poeta assistia a representação de uma comédia, com grande interesse, quando começou a ser importunado por um sujeito que lhe estava ao lado. Por mais que ele demonstrasse o seu desagrado, o homem persistia com sua tagarelice em voz alta, perguntando e fazendo comentários estúpidos.

Cansado daquela grosseria, perguntou-lhe o poeta a dada altura:

– Podeis dizer-me qual é o maior animal que há na terra?

– Não compreendo a vossa pergunta, mas sempre vos direi que é o elefante…

– Pois eu vos agradeceria, senhor elefante, o favor de estar calado!