Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

SABER PRIMEIRO

Um certo cavalheiro, temendo um processo criminal, deixava crescer a barba, não querendo – dizia – fazê-la antes de saber se a sua cabeça continuaria a lhe pertencer.

BOTICAS E BOTICÁRIOS

As velhas boticas (farmácias) dos tempos coloniais brasileiros eram antros sinistros, onde a maledicência fazia toca e o mexerico e a malícia eram as drogas de maior procura. Isso explica a quadrinha que corria no Rio:

                        A botica vende tudo

                        Vende da purga ao sudário

                        Só não vende, por cautela,

                        A língua do boticário.

            Já em Porto Alegre, o jornal O Inflexível publicou o seguinte a respeito de um certo Pedro Boticário:

                        Não temos lá no inferno lagartixa

                        De mais nojo e fedor que esse maldito.

                        Na porta da botica baixa e escura,

                        Vomita só furor o sanguinário

                        Que um Bertoldo parece na figura.

                        Assusta só o ver seu ar nefário!

                        Enjeitado da gente mais impura,

                        É gordo, coxo, torto e… boticário!


DE FACA NA BOTA

No século XVII, compareceu perante um tribunal uma mulher muito mal-humorada, acusada pelas suas vizinhas de ser feiticeira  O Presidente do Tribunal, indagou-lhe ríspido:

            – Responda já: tendes visto o diabo?

            – Neste mesmo momento eu o vejo, – respondeu a acusada. – Tenho-o aqui na minha frente.

            – Em que figura?

            – Na figura de Presidete do Tribunal, e é terrívelmente feio!

NÃO SE PREOCUPE

Um famoso doutor foi chamado para ver uma senhora que estava doente de imaginação.

            – Então que sente V. Exª – perguntou-lhe o médico.

            – Nem eu sei dizer-lhe, senhor doutor. Como, bebo, durmo bem, tenho todos os sintomas da boa saúde, mas…

            – Mas… o que mais?

            – Mais nada.

            – Pois deixe estar, minha senhora; que eu vou receitar uma coisa para tirar-lhe tudo isso.

 

XUMBREGUICES

Jerônimo de Mendonça Furtado, foi capitão-geral e governador da capitania de Pernambuco, mas acabou preso pela Câmara e pelos homens principais da terra, na rua de São bento, em Olinda, em 1666.

Por usar bigodes enfunados, à maneira do marechal-de-campo alemão Armand Friedrich Von Schomberg, que comandara as tropas portuguesas na guerra de libertação do domínio espanhol – e pelo fato da população não gostar dele – passou a ser chamado jocosamente o Xumbregas.

IDENTIFICAÇÃO RÁPIDA

Em 1685, Alberto Pires matou a sua mulher, Leonor de Camargo. Foi o início das famosas e sangrentas lutas entre as famílias paulistas Pires e Camargo, que tanto se prolongaram e ceifaram vidas de lado a lado.

Consta que, naqueles tempos, os velhos Camargos ensinavam aos filhos: Meu filho, quando vossemecê encontrar um homem baixinho, barrigudinho, de perna fina, não pergunte; pregue-lhe um tiro porque é Pires.

 Por sua vez também os velhos Pires doutrinavam os filhos: Meu filho, quando explicardes três vezes a mesma coisa a um sujeito e ele ainda da terceira não entender, metei-lhe bala, sem piedade, porque é Camargo.