Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

COMPROVADO

Um sábio, lendo um livro de segredos naturais, em que se dizia que no homem, ter a barba larga é sinal de muita ignorância; pegou uma vela na mão para olhar-se ao espelho, porque era de noite, e queimou por descuido quase a metade da barba. Logo ele anotou na margem do livro: “Ficou comprovado”.

PARCO CONSOLO

Um homem, voltando do carniceiro, levava na mão um fígado de carneiro que comprara. Um cão que por ali passava, deu um salto e fugiu com ele na boca. O homem consolou-se dizendo:

– Ainda que o cachorro tenha o fígado, não sabe o modo de cozinhá-lo.

Tendo alguém observado que a um homem jovem faltavam alguns dentes da frente, este respondeu:

– Juro que quem me os arrancou, caiu a meus pés!

– E quem foi?

– Uma telha.

EDUCADO

Passando um provinciano, recém chegado à Corte, por uma rua, por acaso encontrou um coche; e como o que ia dentro o saudasse, por reconhecê-lo, dizendo:

– Adeus conterrâneo!

Voltou o provinciano a cabeça e não reconhecendo, lhe fez uma muito profunda reverência, respondendo:

– Adeus não conheço!

HUMOR MILITAR

Entre a soldadesca brasileira que participava da Guerra do Paraguai, era hábito, como em todos os exércitos, e em todas as eras; inventar pilhérias e atribuí-las a certos oficiais. 

A principal vítima dessas gaiatices era um velho brigadeiro, tão conhecido pela bravura como pela ignorância. Dele se contava que, ditando ao secretário a parte relativa a um combate, dissera: “Não se esqueça de escrever que o inimigo fugiu tomado de terror pândego!”

A conversa deste brigadeiro era uma série de batatadas, como se dizia então no Exército. De uma formosa rapariga por quem um oficial fazia grandes sacrifícios, referia: “Aquela rapariga sustenta um luxo asinático”, asiático, queria exprimir o bom homem. Casa aritmeticamente fechada, casa de genealogias verdes, eram coisas que lhe atribuíam entre muitas outras.

Por exemplo, relatavam que uma vez fizera com ar pesaroso a seguinte observação, ao contemplar enormes rolos de fio telegráfico, deixados numa estação pelos paraguaios:

– Que pena não nos poder servir tudo isto!

– Mas por que, General?

– Ora e que palerma! Não passariam senão palavras em guarani!

A PACIÊNCIA DO CAPELÃO

Na época da Guerra do Paraguai, um capelão após rezar uma missa para as tropas brasileiras, onde proferira uma homilia em que fizera certa citação histórica, juntou-se à roda dos oficiais para conversar.

Um oficial implicante, que, aliás, vivia a atormentá-lo com remoques insolentes, o questionou:

– Padre, como é isto? Se em França nunca houve D. Manuel I, como é que o senhor descobriu este D. Manuel III?.

Apesar de já a ira lhe subir às faces, anda contemporizou o frade:

– Ora esta! Pouco importa a questão do nome do rei, o que vale é a filosofia, a essência do caso! Se não era D. Manuel, seria D. Antônio ou D. José…

– Também nunca os houve em França – redargüiu o pouco amável oficial.

Aí perdeu o bom padre as estribeiras, e respondeu-lhe com veemência:

– Olhe, quer saber de uma coisa? Se não era D. Manuel, D. Antônio ou D. José, seria D… Vá Plantar Batatas ou D… Vá Para o Diabo que o Carregue!