Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

PAÍS DA PIADA PRONTA

Mendes Fradique em 1928: “Se na Inglaterra alguém se lembrar de contar que no Rio de Janeiro se construíra há pouco tempo uma avenida, a Avenida Central, a rua mais central e importante da cidade; e que nessa obra só um edifício ruiu, e que esse edifício foi o Clube de Engenharia – toda a gente sorrirá, achando graça à anedota. Ora, no Brasil essa coisa se passou, tão palpável como palpável é o Pão de Açúcar.

            Se alguém contar na Dinamarca, que no Rio de Janeiro se construiu com espalhafato um edifício pomposo para a Biblioteca Nacional; e que a esse edifício, depois de pronto, só faltava uma coisa: sala de leitura – toda a gente gozará. Aqui o caso foi antes de fazer chorar.

            Vá alguém afirmar em Berlim, que na América do Sul há um país chamado Brasil; e que esse país tem nove milhões de quilômetros quadrados de terra firme; e que a gente desse imenso país aterrou uma linda baía, para conquistar terreno ao mar – o sorriso é certo.

            Aqui isso não é pilhéria; aqui isso é verdade.”

CAMÕES AO TRATANTE

A um fidalgo da Índia, que lhe tardava com uma camisa galante que lhe prometera, Camões dedicou os seguintes versos:

            Quem no mundo quiser ser

            Havido por singular,

            Para mais se engrandecer,

            Há de trazer sempre o dar

            Nas ancas do prometer.

            E já que vossa mercê

            Largueza tem por divisa,

            Como todo mundo vê,

            Há mister que tanto dê

            Que venha dar a camisa.

GATO POR LEBRE

 O Duque de Aveiro tinha prometido enviar uma galinha a Camões, em paga de uns versos que lhe encomendara, mas acabou lhe mandando um pedaço de carne de vaca. Camões respondeu com este poema humorístico:

            Já eu vi o taberneiro

            Vender vaca por carneiro;

            Mas não vi por vida minha

            Vender vaca por galinha

            Senão ao duque de Aveiro.

CONVERSA FIADA

Gil Vicente, pai da dramaturgia portuguesa, deixou textos de sátira, como este dirigido a alguém que o encontrando em dificuldades, foi pródigo em conselhos e contido em ajuda financeira:

                        “Diz lá o exemplo velho

                        Dá-me tu a mim dinheiro

                        E dá ao demo conselho.”  


            Ou como dizia um bordão popular da época: “Mais vale um toma, que dois te darei.”

DE CONVERSA…

Gil Vicente, pai da dramaturgia portuguesa, deixou textos de sátira, como este dirigido a alguém que, encontrando o poeta em dificuldades, foi pródigo em conselhos e contido em ajuda financeira:

                        “Diz lá o exemplo velho

                        Dá-me tu a mim dinheiro

                        E dá ao demo conselho.”  


            Ou como dizia um bordão popular da época: “Mais vale um toma, que dois te darei.”

SE É ASSIM…

A Santa Sé considerava-se no direito de dispor dos povos e das terras.  Em recompensa por serviços prestados à Igreja, os papas costumavam doar estados que já tinham dono, e sobre os quais eles não tinham nenhuma autoridade.

Certa vez, estando em Roma D. Sancho II, assistindo a um consistório, ouviu aplausos ruidosos e notou que a assembléia se voltava para o seu lado. D. Sancho perguntou ao intérprete, o que significava aquilo.

– Senhor, – disse o intérprete, – Sua Santidade o papa, acaba de vos nomear rei do Egito!

– Não devo ser ingrato, – disse D. Sancho com ironia, – pois levanta-te, e proclama o Santo Padre califa de Bagdá…