Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

ELAS POR ELAS

Um mordedor pedia certa quantia emprestada a outro, e este se negava.

– Mas, homem, se é quase nada o que eu te peço…

– Mas, homem, quase é nada o que eu te nego.

CHATO!

Um nobre português, tendo que ir à Paris durante a Revolução Francesa, foi barrado pelo que guardava a porta da cidade, que lhe perguntou seu nome:

– Sou o Senhor Marques de Santomaior – respondeu ele.

– Cidadão – replicou o guardião – isso de “senhor” já não se usa mais na França.

– Tem razão; sou o marques de Santomaior.

– Cidadão, a nação aboliu os marquesados.

– Também é verdade: sou, pois, de Santomaior.

– Cidadão, já não há mais “de” antes do nome.

– A razão lhe sobra: não sou mais que Santomaior.

– Cidadão, a nação suprimiu os santos.

– Com efeito; e sendo assim só me chamo Maior.

– Cidadão, na França já não há maiores, todos somos iguais; não há mais do que irmãos.

– Pois então, para que tantas perguntas? Sou o vosso irmão.

– Isso é outra coisa… e pode ser verdade, porque eu sou filho natural.

ISSO É FÁCIL

Num espetáculo de saltimbancos, um ginasta que pulava por cima de oito cavalos, causando grande admiração.

– Isto não é nada – exclamou um pobre poeta – eu já saltei mais.

– Tu?

– Eu já saltei do almoço de segunda-feira à ceia de quinta-feira!

DIFÍCIL DE MANTER

Perguntaram a uma senhora muito bela qual era o emprego de mais difícil desempenho para uma mulher, na Corte, e ela respondeu:

– O de dama de honra!

PARA SEMPRE

Dois cavalheiros parados numa esquina vêem passar, com sua dama de companhia, uma senhora ricamente trajada, porém muito feia. Diz o mais velho ao outro, que dilapidou toda sua fortuna:

– Case-se com essa feia, que é muito rica. A beleza desaparece!

O outro:

– Sim; porém… A feiúra permanece!

CAUSA DA FALTA DE CRIADOS

Farto de ver muitos pais de candição modesta gastarem tudo o que tinham, para darem às filhas o estado de Freiras e aos filhos o de Padres, em vez de tornarem-se mães e pais de família; o Arcebispo de Braga, D. José de Meneses, certa vez respondeu a um comerciante, que queria meter a filha num convento:

– Vossa mercê tem caixeiro?

– Sim, excelência.

– Então case-a com ele!