Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

POR ISSO MESMO

Joaquim Gomes de Sousa foi uma das maiores inteligências que o Brasil já conheceu. De físico franzino e ar infantil; cursou a Escola Militar revelando-se um gênio matemático; com 15 anos ingressou na Escola de Medicina; com 18 começou a estudar Engenharia sem abandonar o estudo da Medicina. Tinha ainda grande cultura filosófica, jurídica, química e física; e era fluente em inglês, alemão, espanhol e francês.

Foi deputado pelo Maranhão com 21 anos, e, certa vez, no ardor de uma discussão veemente, um deputado voltou-se para ele, que o aparteara, e agrediu:

– O assunto em discussão não é da especialidade de V. Exª!

E Gomes de Sousa, ao pé da letra:

– É por isso mesmo que eu o discuto com V. Exª! Se se tratasse de assunto da minha especialidade, eu não admitiria discuti-lo com V. Exª!…

AZEITONAS

Convidou-se um sujeito a comer na casa de um amigo, e este que andava escasso de dinheiro, serviu-lhe umas azeitonas.

– Homem, – disse o convidado – na minha terra, isto são as últimas coisas que se põe na mesa.

E o outro lhe respondeu:

– Aqui também.

PERDA TERRITORIAL

Don Francesillo era o bufão de Carlos V da Espanha. Pediu para ser recebido na câmara real certo dia, um cavalheiro muito vão e senhor de poucas terras, na fronteira portuguesa, e disse o bufão a El-rei:

– Convém que Vossa Majestade me dê licença para eu abrir-lhe a porta, porque se ele se aborrece, é capaz de colocar todas as suas terras numa cesta e mudar-se para Portugal.

QUASE O MESMO

Numa sala de espera, duas velhas senhoras conversam para passar o tempo.

– De que morreu vosso esposo, senhora?

– Da gota.

– Ora. Quase do mesmo que o meu, que morreu da pinga.

AMOR PLATÔNICO

Conversavam duas criadas enquanto faziam o serviço da casa:

– Diga-me, Manuela, que coisa é essa de amor platônico?

– Filha, é uma espécie de vinho aguado.

SÓ MATAR

Dois enviados de um povoado da província foram à Corte para ver um pintor, e encarregá-lo de pintar um quadro de S. Sebastião.

– Como o querem vossas mercês? – perguntou o pintor – vivo ou morto?

– Sobre isso – respondeu um deles – nada nos disseram; porém o melhor é que vossa mercê o pinte vivo, que se não gostarem, nós o mataremos lá…