Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

PRECAVIDO

Tendo ouvido dizer um viajante que na noite seguinte teriam que atravessar um bosque cheio de ladrões, disse ele com ar satisfeito:

– Eu, meus amigos, já tomei as minhas precauções, porque para evitar uma surpresa coloquei o meu par de pistolas no mais secreto do meu baú.

GENTE BURRA

Um inglês que viera para o Rio de Janeiro junto com a corte de D. João VI, e que não sabia falar uma palavra de português, dizia a um compatriota que acabava de chegar da Inglaterra:

– Não podes imaginar o quão estúpida é essa gente; faz quarenta anos que estou no Brasil, e ainda não pude conseguir que aprendam inglês.

PERDE A GRAÇA

Um indivíduo casado, fazia mais de dez anos que passava todas as tardes com sua vizinha, D. Vicentina.

Enviuvando, seus amigos aconselharam-no a casar-se com a sua vizinha, eis que nutria por ela uma amizade tão íntima.

– Não vêem que se me caso com ela, – dizia ele aborrecido – já não terei onde ir passar as tardes?

SEDE

Certo cavalheiro tinha uma criada que se entregava à bebida, dando cabo dos vinhos da sua adega, em companhia do criado de servir e do cocheiro.

O amo a despediu, aconselhando-a que não pedisse carta de recomendação. A boa mulher enfureceu-se, e até chegou a ameaçá-lo com o juiz de paz.

O amo cedeu, e pôs o seguinte informe no atestado: “Despedi a Tertulhana de minha casa, porque seus namorados têm muita sede.”

TROCA DE DENTES

Um camponês queria vender um cavalo. Um interessado perguntou-lhe:

– Este animal já tirou os primeiros dentes?

– Já, tirou sim. Na verdade tirou-os já duas vezes…

– Como pode ser isso? – admirou-se o outro.

– Pois, – respondeu – ele tirou os meus uma vez, e outra os de meu pai.

SENTINDO NA PELE

Gaspar da Costa de Ataíde foi um almirante português que esteve no Brasil dando combate a Doguy-Trouin, quando este atacou o Rio de Janeiro.

Sendo mandado sair de guarda-costas, constatou que a nau capitania estava fazendo água. Mas os mestres da ribeira das naus garantiram a El-rei que a embarcação estava em boas condições. Calou-se Gaspar da Costa, e só pediu a El-rei que os mestres fossem à bordo para melhor examinarem o estado do navio. Concordou com isto El-rei; e logo que o almirante teve a mestrança embarcada, … mandou levantar ferros! Os mestres tomaram o maior susto!

 À saída da barra começou logo a nau a fazer muitas polegadas de água! Sem mais cerimônia, Gaspar da Costa mandou que o acionamento das bombas fosse feito pelos mestres da ribeira (que vestiam-se finamente, com capas à volta).  E foi só depois de muito tempo, e de muitas súplicas dos mestres, exaustos de bombear e temendo morrerem afogados, que ele mandou retornar à Lisboa.

Dirigiu-se imediatamente ao Paço, a avisar El-rei que estaria plenamente de acordo com as informações que dessem os mestres a cerca do estado do navio!…