Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

O QUE FAZ O ESTUDO!

Um famoso cirurgião operou os olhos de um pobre agricultor, que estava completamente cego. A operação, segundo o médico, fora realizada à perfeição; porém, ao cego adiantara pouco ao que lhe interessava; que era ver.

Visitando-o certo dia um amigo, perguntou-lhe:

– E então, senhor Raimundo, o senhor vê alguma coisa? Aclarou-se já a sua vista?…

– Que posso lhe dizer? – respondeu o camponês. O senhor doutor, que é homem de muito estudo, diz que eu enxergo muito bem. Eu não distingo nem sequer os vultos, mas como nada entendo de cirurgia, devo estar enganado…

COMO ESTAVA DIZENDO

Um conhecido louco, certo dia encarapitou-se no parapeito da ponte do rio que cortava a sua aldeia, e pôs-se a berrar:

– Nada, homem! Nada, homem!…

Acorreu muita gente crendo que alguém se afogava, e lhe perguntaram:

– O que houve?

O louco respondeu, muito sereno:

– Nada, homem, nada.

COMEÇANDO POR CASA

O Conselheiro Chefe de uma aldeia, cansado das constantes reclamações que lhe eram trazidas pelas mulheres do povoado contra seus maridos, decidiu cortar o mal pela raiz: ordenou que todos os maridos cujas mulheres estivessem insatisfeitas da forma como eles dirigiam os seus negócios e as suas famílias, fossem atirados no rio.

Quando a sua mulher ficou sabendo, perguntou-lhe:

– Marido meu; sabes nadar?

– Não.

– Pois te aconselho que aprendas…

QUEM NÃO?

Passavam um rio numa balsa um militar e um padre que levava a cabresto a sua mula, que tremia de medo. O militar para entabular conversação, ou talvez por zombaria, disse:

– Senhor cura, por que treme tanto a sua mula?

– Senhor militar, se vossa mercê tivesse – respondeu o cura, sorrindo – uma corda no pescoço, ferro nos pés e um sacerdote ao seu lado, não tremería muito mais?

CONDE DE NARANJO

No século XVII, contavam-se muitas anedotas a respeito do conde de Naranjo.

Conhecendo o senhor cura a sua notória estupidez, preveniu-o um dia que aprendesse, pelo menos, o Pai Nosso e os Sete Mandamentos, porque se não os soubesse não poderia aprová-lo no exame para freqüentar a paróquia.

O conde retirou-se para casa meio desesperado. Como sua mulher queria saber a causa de seu desgosto, disse-lhe:

– Que queres que eu tenha? Não é coisa estranha que nosso cura seja dado à mania de que todos devemos ser teólogos? Como há de confessar-se um homem como eu, que não estudou?

Este bom conde foi em outra ocasião confessar-se. Conhecendo o sacerdote a rudeza do penitente, perguntou-lhe:

– Sabeis vós os Sete Mandamentos?

– Qual! Isso seria saber muito!

– É possível que um cavalheiro como vós ignore uma coisa tão essencial?!

– Tende razão, padre; porém eu deixei de aprendê-lo porque correm boatos de que vão ser suprimidos.

O MESSIAS

Um fidalgo tinha tomado emprestado muito dinheiro dos judeus, hipotecando em garantia a esperança que tinha de herdar de um tio solteirão, muito enfermo e desenganado pelos médicos.

Porém como o homem propõe e Deus dispõe, o tio não só se pôs são, como casou e teve um filho. Adeus esperança dos judeus! Adeus hipoteca!…

O fidalgo, ao sabê-lo, exclamou:

– Este menino é o Messias, que veio para destruir os judeus…