Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
POR CARIDADE
Queixava-se uma senhora ao médico que visitava o marido, atacado de atroz asma:
– Ai meu doutor, que martírio, que aflição prolongada! Não tenho mais esperanças… Tem-nas o senhor?
– Confesso que o mal não tem cura; seria tolice negá-lo. Mas sossegue: asma não mata; vai-se com ela à velhice.
– À velhice! Anos e anos! Coitado… Que suplício! Doutor veja se lhe encurta tão longo padecimento…
SÓ O QUE FALTA
Um frívolo peralta, que foi paspalhão desde fedelho, lá um dia postou-se em frente ao um espelho que havia na sala da casa de seu pai, e disse à própria imagem:
– Tertulhano, és um rapaz formoso! És simpático, és talentoso, és rico! Que mais te faz falta no mundo?
Ao que, o pai, que escondido atrás da cortina ouvira tudo, penetrando na sala, respondeu:
– Juízo!
PRIMEIRO…
D. Pedro II encontrava-se em visita à Inglaterra. Em uma festa realizada em sua homenagem, tocava famoso pianista inglês, notoriamente seboso. O príncipe de Gales, futuro Eduardo VII, também presente, manifestou ao barão de Penedo, que acompanhava o Imperador, o desejo de que Pedro II contemplasse o musicista com a ordem da Rosa. O Imperador, pressentido, não resistiu a fazer uma piada:
– Que a Inglaterra lhe dê primeiro a ordem do Banho.
ERRATAS
Quando a Gazeta de Notícias publicava correspondências de Ramalho Ortigão, estampou uma com o título: O Passeante e o Presídio.
Ferreira de Araújo, que estava de cama na ocasião, sentiu arrepiarem-se-lhe os cabelos e mandou uma nota ao secretário que retificasse a epígrafe do artigo, a qual seria: O Passado e o Presente.
No dia seguinte, sofreu o desgosto de ler esta RETIFICAÇÃO: “A carta do nosso ilustre colaborador Ramalho Ortigão, estampada na edição de ontem, saiu, por um erro de revisão, com a epígrafe O Passeante e o Presídio. O título da interessante correspondência é: O Pássaro e o Presunto.
COM PÉ E CABEÇA
Cinco bugres chegados do interior da mata foram trazidos à presença de D. Pedro II. O imperador, com pretensões a poliglota e a conhecer até grego, sânscrito e hebraico; deitou conversa animada no idioma guarani:
– “Ocugelê perereca, pitanga jequitibá, capaíba tiririca, abacaxi araçá!”
Nada. Ficaram na mesma. Nem um sinal se trocou.
– “Pindaíba grumixama, botocava quingambô?” – insistiu o imperador.
Quem disse? A nada atendiam os selvagens. Permaneciam impávidos e mudos.
– “Mindinga maçaranduba, mocaíba corororca!” – insistia Sua Majestade.
Afinal um dos tais bugres rompeu o silêncio, em claro português:
– Com licença… Não percebo. Fale coisa que se entenda.
AZARADINHO
No século XIX as escolas eram freqüentadas quase que só por meninos, e significavam o tormento dos guris.
Um menino de escola encontrou um colega que, havia dias, não aparecia nos bancos, nem chiava na palmatória.
– Fulaninho, – perguntou-lhe – por que você não tem ido à escola?
– Porque a mamãe pariu.
– Pariu macho ou fêmea?
– Pariu macho.
– Coitadinho! Logo vai para a escola…