Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
ESCREVA LÁ:
No balanço de uma casa de secos e molhados, o arrolador diz ao escrevente:
– Ponha lá: “uma garrafa de vinho do Porto”.
O escrevente destapa a garrafa, verte um pouquinho num copo, prova, e replica:
– Peço desculpa, mas não é vinho do Porto.
– Não é?
– Não, senhor. É vinho da Madeira.
– Ora, deixe ver. – E é a vez do arrolador tomar uma provinha…
– Para mim é vinho do porto.
– Perdão, mas não me parece. Deixe-me provar novamente.
Dez minutos depois de muita discussão, e muitas “provinhas” de ambos os empregados:
– Escreva lá: “uma garrafa vazia!”…
ÚNICA MANEIRA
Ao meio do terceiro ato de um velho drama, no teatro Recreio, havia um incêndio e o herói da peça era obrigado a vir salvar a mãe, que se achava desmaiada num sofá. O herói, era o franzino ator Antônio Marques; e a mãe, quem fazia era a gordíssima atriz Júlia Golbert.
Chegado o momento trágico, as labaredas invadem a cena, e a atriz “desfalece”, dando um grande trambolhão. O herói irrompe aos gritos:
– Minha mãe! Minha mãe!
Marques aproxima-se e tenta erguer a Júlia. Mas, por mais que forceje, não consegue levantá-la do chão. Bufa e geme, mas é impossível!
Nisso, das torrinhas, brada uma voz escarninha:
– Leva-a em duas viagens!
NOBREZA DA GALHOFA
O jornalista gaúcho Aparício Torelly, ou Aporelly, posteriormente famoso Barão de Itararé – título auto-concedido em homenagem à maior batalha da Revolução de 30, que acabou não acontecendo -, criador do jornal de humor, “A Manha”, foi provavelmente o mais famoso humorista que o Brasil já teve.
O “BARÃO” NA FACULDADE
Aparício Torelly, quando jovem cursou inutilmente, por algum tempo, a Faculdade de Medicina de Porto Alegre. Como não estudasse, respondia no improviso suas provas orais, que se tornaram célebres:
Certa vez, o catedrático, farto, puxou um osso de dentro da gaveta e apontou-o para Aparício:
– O senhor conhece esse osso?
– Não senhor.
– Então deixe que lhe apresente: é um fêmur…
Aporelly levantou-se e, sacudindo solenemente o osso pela outra ponta, respondeu:
– Muito prazer.
A um exausto e sarcástico examinador, que propôs amistosamente, pelo menos, um palpite, Aparício respondeu:
– Palpite só no prado.
RINS
A outro mestre, cansado, que fazia a última pergunta, bem fácil, para vê-lo acertar pelo menos uma:
– Seu Torelly, quantos rins nós temos?
– Quatro, professor.
– Quatro?!
– Sim, “nós” temos quatro; os seus dois, mais os meus dois.
E PARA MIM…
Em outra oportunidade, a sala estava repleta, e Aparício Torelly estava sendo examinado pela banca. Nisso, entrou um servente e perguntou aos professores se desejavam alguma coisa.
O que questionava Aparício disse, em alto e bom som, gozando o aluno que nada sabia:
– Traga um fardo de alfafa!
O bedel já ia saindo, quando Aparício levantou o indicador e gritou:
– E para mim, um cafezinho!…