Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
SAÚDE DE FERRO
Dois velhos conversavam a respeito de um amigo comum:
– O Salvador, que andava tão mal, é que lá conseguiu arribar, hein?
– É verdade! Aquilo é um touro! Ele é reumatismo, ele é bexiga, ele é lesão no coração…
– E agora, por último, a pneumonia!
– Ainda ontem lhe disse: que saúde de ferro tem você, Salvador, para suportar tanta doença!
TONICO, TOME JEITO!
O jovem compositor Antônio Carlos Gomes, era figura muito popular na corte. O povo o chamava de “Nhô Tonico”, e ele próprio muitas vezes assinava com este nome.
Sua basta cabeleira negra ia até os ombros, e era motivo de muitas piadas, das quais ele próprio se ria!
Nessa época fazia-se a propaganda de um preparado para evitar a queda do cabelo, e as ruas andavam cheias de cartazes com os dizeres: “X, TÔNICO PARA O CABELO”.
Certo dia, chegando em casa, Carlos Gomes se viu acompanhado de grande número de crianças, que faziam balbúrdia e riam muito. E ele não pode deixar de rir também:
Na parede de sua casa fora afixado um dos tais cartazes, em que haviam suprimido o nome do produto e alterado os dizeres, ficando: “TONICO, APARA O CABELO”.
ESTRABISMO
Uma vez um certo maçador parecia não querer deixar o jurista mineiro, Rodrigues Pereira Lafaiette.
Era um monólogo desinteressante, dado o silêncio da vítima. Esgotados todos os assuntos, o homem encarou Lafaiette e indagou:
– Senhor Conselheiro, este seu estrabismo é convergente ou divergente?
E Lafaiette, sem pestanejar:
– Não, senhor, é de ver burro!
SHAKESPEARE
Por curiosidade, Olavo Bilac foi assistir a uma assembléia de uma sociedade abolicionista formada por pessoas bem-intencionadas, mas humildes e incultas, cujo presidente e guia era um certo “Alferes Tobias”.
A certa altura, um orador inflamado, num arrebatamento repentino, exclamou do alto da tribuna:
– Seu arfére Tobia: num dexe enferrujá a locomotiva da liberdade! Já o grande Cháquespér dizia: sê tobia, ô não sê tobia!
É FATO
É sabido que Olavo Bilac era acentuadamente estrábico, defeito que o aborrecia. Certo dia estava ele à porta da Colombo, numa segunda-feira de Carnaval, quando um mascarado se aproxima e pergunta:
– Esse teu estrabismo não te faz ver as imagens duplicadas?
E o poeta, que havia reconhecido o mascarado:
– Faz. Sempre que te olho, vejo de fato quatro pés!…
A MULHER DO CACHORRO
O poeta Olavo Bilac, vendo passar o tesoureiro de um grêmio abolicionista a que estava em visita, um sujeito com a cabeça toda branca, chamado Justino; exclamou, apontando-o com o dedo:
– Cãs!
E num gesto dramático, teatral:
– Olhai as cãs do Justino!
A isso, um negro alto e forte, com cara assustadora, e que a tudo assistia de braços cruzados, largou a berrar:
– Isto é um desaforo! Isto aqui não é casa de cachorro!
– Cachorro? – estranhou Bilac.
– Sim, quem não sabe que a cã é a mulher do cachorro?!