A MULHER DO CACHORRO
O poeta Olavo Bilac, vendo passar o tesoureiro de um grêmio abolicionista a que estava em visita, um sujeito com a cabeça toda branca, chamado Justino; exclamou, apontando-o com o dedo:
– Cãs!
E num gesto dramático, teatral:
– Olhai as cãs do Justino!
A isso, um negro alto e forte, com cara assustadora, e que a tudo assistia de braços cruzados, largou a berrar:
– Isto é um desaforo! Isto aqui não é casa de cachorro!
– Cachorro? – estranhou Bilac.
– Sim, quem não sabe que a cã é a mulher do cachorro?!