Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

MAIS DO QUE NUNCA!

Preso no Santo Ofício, os inquisidores, loucos para encontrar mais uma vítima para a fogueira, perguntaram ao já popular padre Antônio Vieira:

– É verdade, padre, que dissestes em sermão que os homens são mais para temer que os juízos de Deus?

– Pois se eu disse isso estando lá fora, livre; que direi agora, nessas circunstâncias?! – respondeu Vieira.

NÃO SOU DE LÁ

Quando certo cavalheiro perguntou ao padre Antônio Vieira, ainda criança, de onde ele era, o menino respondeu:

– Vossa mercê não me conhece.

– Eu, – tornou o curioso – conheço a metade do mundo.

– Pois eu, senhor, – respondeu ele – sou da outra metade!

MISTÉRIO

Um homem tinha um barril de vinho, muito bem selado. Mas um escravo malandro fez-lhe um buraquinho na parte de baixo por onde ele bebia, e depois fechava com um botoque. O homem admirava-se de que, embora o selo estivesse intato, o nível do vinho vinha sempre baixando. Quando a mulher do homem sugeriu que o vinho pudesse estar escapando pela parte inferior, ele exclamou:

– Grande idiota! Não vês que não é embaixo que está faltando vinho, mas em cima?

RECONHECIDO

Um conhecido disse a um idiota que acabava de tornar-se pai:

– Eu o cumprimento pelo nascimento do seu filho.

 Ao que o novo pai retorquiu:

– O mérito não é só meu. Devo também aos meus bons amigos.

NÃO ENTENDO

Foram contar ao marido de uma mulher muito velha e feia, que, quando ele não estava em casa, certo vizinho costumava deitar-se com ela.

Ao que o marido enganado, coçou a cabeça e retrucou:

– Não entendo… No meu caso, como marido, é minha obrigação. Mas, quanto ao pobre Fulano, o que o terá levado a fazer isso?

 

COMÉDIA

O cavalheiro D. Francisco Manuel de Mello – escritor, militar, político e homem de teatro -,  e o rei D. João IV (1604 – 1656) tinham bom relacionamento. Tanto um quanto o autro tinham uma amante. Por coincidência, ambas as mulheres de quem recebiam favores, eram damas de alta qualidade e casadas (embora os seus nomes fossem mantidos em segredo, por cavalheirismo). Certa noite escura, sem lua, os dois acorreram a suas respectivas amantes, e esbarraram, no vão de uma escada sem iluminação,  com rivais que os levaram a desembainhar suas espadas e a lutarem. Só mais tarde que viriam a descobrir que a amante de ambos, era a mesma senhora “de muito bem fazer a quem lh’o pedia”, e que, no escuro,  um terçara espadas com o outro!