Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
RETRATO ANÔNIMO
Desejava um rico comerciante dar seu retrato à uma namorada; mas não querendo que os pais da moça soubessem da coisa, foi ver a um pintor e lhe disse:
– Faça-me vosmecê um bom retrato, porém de tal maneira que ninguém me reconheça nele.
SUBORNO INCOMPLETO
A um capitão de navio mercante convinha que certo empregado da aduana fizesse vista grossa sobre o carregamento que ele trazia, e para deixá-lo a seu favor enviou-lhe um saco de café.
O empregado viu entrar um moço com o saco e com rispidez perguntou:
– O que trazes?
– Um saco de café que o capitão envia à vossa mercê – disse o rapaz temeroso de uma repulsa.
E mais irritado do que antes, replicou-lhe o empregado:
– Deixe-o aí em qualquer lugar, porém imediatamente dirás a teu amo que eu não tomo café… sem açúcar.
IMPERDOÁVEL
Um rei de Portugal que tinha que escrever uma carta ao Papa, chamou a um de seus cortesãos, dizendo-lhe:
– Visto que sabeis sobre o que há de versar a correspondência, escrevamos uma carta cada um, e a que resultar melhor escrita é a que enviaremos ao Pontífice.
Assim o fizeram, e o próprio rei teve de reconhecer que não era a sua carta a preferível, e o admitiu no ato.
O cortesão só lhe respondeu com uma profunda reverência; porém imediatamente correu a despedir-se de seu melhor amigo, dizendo-lhe:
– Vou me expatriar, porque estou perdido. O rei constatou que tenho mais talento do que ele e nunca irá me perdoar.
ATÉ ENTENDER
Um estudante em apuros, depois de mil cartas explicativas e ineficazes, escreveu o seguinte:
“Querido pai: dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro”.
O padre lhe respondeu:
“Querido filho: não mando, não mando, não mando, não mando”.
À BASE DE PÃO
Contava um roceiro que havia apostado comer um leitão inteiro sozinho, e havia ganhado a aposta.
– E como vosmecê conseguiu engolir tanta carne? – perguntaram-lhe.
– Não foi fácil! – disse ele. – Foi preciso muito pão!
AUTO CONHECIMENTO
Altercaram uma manhã dois fidalgos, e o que mais cólera sentia, encontrando-se pela tarde com o outro, que ia a cavalo, lhe disse:
– Apeie agora, que por Deus que vos farei conhecer quem sois, homem ruim.
E o ginete, que não tinha vontade de discutir, lhe respondeu:
– Eu me conheço muito bem a cavalo e seria bem tolo se me apeasse.