Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

CONFUSÃO

Numa contenda jornalística, o seu adversário declarou pomposa e categoricamente, entre diversas insolências dirigidas a Martim: “Escrevo para a posteridade”.

– O meu nobre adversário, – redargüiu-lhe Martim Francisco – confunde posteridade e posterior!

SÓ BURACOS

Um conhecido milionário, extremamente sovina, certo dia certo dia ele fora ao Pascoal, comprar um quilo de queijo suíço, recomendando ao caixeiro:

– Cuidado, hein! Veja como corta! Olhe que, outro dia, eu levei meio quilo deste queijo e verifiquei, ao chegar em casa, que tinha mais de duzentos gramas de buracos.

COM TEIAS

Emílio de Menezes ia ao final de todos os meses ao Tesouro para receber do salário de um cargo público que exercia. E ao entrar ali era sempre abordado por um sujeito que, chorando as suas misérias, conseguia extorquir-lhe uma cédula de cinco mil réis.

Certa vez o mordedor exagerou nas suas lamentações:

– O senhor não imagina – gemia, – o que eu tenho passado. Basta dizer-lhe que há quinze dias não como!

– O que, homem? – espantou-se o poeta.

E para os funcionários:

– Este camarada com certeza já está com teias de aranha no céu da boca!…

AINDA

Olavo Bilac pela Cervejaria Brahma, na Avenida Rio Branco, às 7 horas da manhã, quando teve a grande surpresa de ver Emílio de Menezes, displicentemente sentado no interior do bar, tendo a frente um respeitável copo de chope.

Bilac, aproximando-se de Emílio, disse-lhe em tom brejeiro:

– Mas, então, Emílio, já?

Ao que Emílio de Menezes respondeu:

– Já, não. Ainda…

DIVERGÊNCIA

Certa vez Emílio de Meneses encontrou na rua com Teixeira Mendes, pregador da religião positivista, que lhe explicou:

– Vou para o apostolado.

Ao que Emílio retrucou:

– Ah, pois eu vou para o lado oposto…

FINALIDADE

Não tendo o que fazer Emílio de Menezes aceitou, certa vez, o convite de um médico da Saúde Pública para acompanhá-lo na fiscalização de uma fábrica de salsichas.

À saída disse o poeta:

– Agora sei porque é que as salsichas são cobertas com uma tripa.

– Por que é? – perguntou o médico.

– É para a gente não saber o que há dentro…