Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

DAQUI NÃO SAIO

Ao despedir-se o general Couto de Magalhães do chefe de uma tribo de caiapós que o hospedara em sua taba, convidou-o a vir morar na civilização. Para seduzi-lo, descreveu-lhe as comodidades que lá encontraria: roupas, ruas, casas, iluminação artificial, medicina, comércio, transportes…

            O indígena pensou um momento e respondeu:

            – Não vou. E o melhor é o senhor ficar aqui, onde não precisa de nada daquilo!

ENTÃO NÃO QUERO

Consta que um índio estava nas últimas e Anchieta exortava-o ao arrependimento para livrar-se do inferno e ir para o céu.

            E o índio tartamudeante:

            – E os portugueses para onde vão? Para o céu?

            – Para o céu, sim, respondeu o catequista.

            E o índio:

            – Então quero ir para o inferno.

HUMOR INDÍGENA

Na  mitologia indígena pode se perceber certos toques de humor. Por exemplo: os índios Urubu, do Maranhão, diziam ser o sapo cururu a reencarnação das meninas que, em vida, pecaram antes do casamento.

Os sapos cururus infestavam aquela região do norte do País, onde constituíam verdadeira praga…

CONCURSO DE BELEZA

Os franceses comandados por La Ravardiére que haviam invadido o Maranhão levaram alguns índios para a corte, na França, onde eles despertaram grande curiosidade. Uma dama perguntou a um deles:

– As mulheres índias são mais bonitas que nós?

– Por enquanto não posso dizer – respondeu o índio.

– Por quê?

– Porque ainda não vi as francesas nuas, como costumo ver nossas mulheres.

Não consta que nenhuma francesa tenha se disposto a desnudar-se para os índios, com finalidades acadêmicas. Não ali em público, pelo menos…      

PRISONEIRO E MÉDICO

O alemão Hans Staden, prisioneiro dos índios canibais, com o tempo, conquistou a confiança dos índios, e prestou-lhes assistência médica melhor que a dos pajés. Sempre que adoecia algum e era procurado, apontava logo a causa da doença: uso de carne humana. Queria assim salvar a sua, criando a desconfiança em relação à petisqueira. Certa vez foi chamado à cabana de um morumbixaba queixoso de peso no estômago. Hans apalpou-o e disse logo:

– É o raio da carne humana. Aposto que comeu! É veneno…

O doente deu balanço nos seus menus e declarou:

– Comi há meses um português inteiro e noto que desde essa ocasião é que sinto o tal peso, a tal bola no estômago.

– Pois é isso! Mais indigesto que pepino cru.”

CANIBAL BEM HUMORADO

Certa vez o chefe Cunhambebe tinha diante de si um grande cesto cheio de carne humana assada. Comia de uma perna, de que ofereceu um pedaço a Hans Staden, o qual recusou argumentando:

– Se mesmo um animal irracional não come outro igual a si, um homem deveria comer um outro homem?

Mas Cunhambebe não se abalou com o argumento do europeu. Continuou a comer com visível prazer, e ainda fez piada

– Eu sou uma onça. É gostoso.