Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
SÓ ASSIM
Um indivíduo, abrindo um armazém de secos e molhados, resolveu adotar por emblema da casa um enorme pato que devia figurar em uma tabuleta por cima de pomposo letreiro. O pintor encarregado de realizar a idéia, em vez do pato que lhe foi pedido, contornou na tela um monstro que nenhum naturalista tinha ainda classificado.
Desgostoso, o dono do estabelecimento aceitou a tabuleta, mandando pôr por baixo a seguinte inscrição: “Isto é pato.”
CARRUAGEM NÃO
Numa estação de estrada de ferro, uma avantajada matrona, vestida de preto dos pés à cabeça, chega bufando esbaforida e diz a um carregador de malas:
– Ouça lá, vocemessê era capaz de chamar-me uma carruagem?
O carregador:
– Propriamente uma carruagem, não a chamarei. A senhora faz-me lembrar antes uma locomotiva…
MAGNÍFICO
Um crítico de arte examina os quadros numa exposição. E diante de uma tela que representa um canto de quintal, com um vistoso peru, extasia-se e toma notas em seu bloquinho de apontamentos. Diz ele:
– Que maravilha!
– O senhor preciou tanto assim a pintura? – pergunta-lhe um visitante.
– Não, não… É um peru!… Que belo palpite para o jogo do bicho!
EXIGÊNCIA POPULAR
Um mendigo aleijado e molambento, em muletas, aproxima-se de uma dama e pede-lhe:
– Uma esmola a um pobre aleijado!
– Como, aleijado? O senhor ainda ontem dizia que era cego…
– Que quer V. Ex.a ? O povo quer é variedade.
DOM JUAN
Na rua, um senhor de idade, de cartola e sobrecasaca, luvas e bengala, dirige-se manhosamente a uma jovem desconhecida, que o escuta de olhos baixos e envergonhados:
– A senhora quer tomar alguma coisa?
– Quero sim, senhor.
– O que? Fale.
– O bonde.
SE SOUBESSE…
Um casal conversa num baile de gente pobre, mas pretenciosa. Ele de casaca, luvas de pelica e um brilhante resplandecendo no peitilho duro; a dama em vestido de mangas bufantes, luvas e leque. O cavalheiro a convida para dançar uma polca:
– Vancê sabe porcá?
– Uê gentes! Se eu subesse porcá, porcaria…