Arquivo da Categoria ‘Origem de Ditados, Vocábulos e Termos de Gíria.’

CADÁVER

Vem dos antigos romanos, que gostavam de abreviar as coisas desagradáveis… Para eles, um homem ou um animal mortos eram, “carne dada aos vermes”, ou seja: “caro data vermibus”. Isso, entretanto, os romanos não diziam com todas as letras. Assim, para transmitir à família, aos parentes e amigos, que alguém havia morrido, eles faziam essa comunicação de forma sintética, dizendo simplesmente que o morto era “ca-da-ver”; empregando apenas a primeira sílaba de cada palavra (CA-ro, DA-ta, VER-mibus).

PARA INGLÊS VER

A expressão, que significa apenas para as aparências, surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra pressionou o Brasil para que promulgasse leis que coibissem o tráfego de escravos. A Inglaterra, na época, era a nação mais poderosa do mundo. Além disso, os ingleses eram aliados e protetores de D. João VI. Portanto a solicitação foi acatada, mas (como continua ocorrendo até hoje no Brasil) foram leis que todos sabiam que nãos seriam seguidas, visavam apenas contentar os britânicos. Ou seja: só para inglês ver.

POR AS BARBAS DE MOLHO

Acautelar-se, prevenir-se. Na antiguidade as longas barbas eram um símbolo do patriarcado, significando honra, sabedoria, poder. Basta ver que D. Pedro I, barbeado; era o estouvado, o irresponsável. Já seu filho, D. Pedro II, de longas barbas, foi conhecido como o imperador sábio, o filósofo… As barbas eram, portanto, objeto de cuidado por parte de quem as tinha. A expressão parece provir de um ditado espanhol que diz: “Quando vires as barbas do teu vizinho pegando fogo, ponhas as tuas de molho.”

CÃO QUE LADRA…

Vem do provérbio: “Cão que ladra não morde”. Isto é: quem muito ameaça não faz. O Barão de Itararé recomenda cuidado, porém: “Mas não convém facilitar, porque deve haver por aí muito cão analfabeto, que não conhece este belo provérbio”.

SERIGOTE

No Rio Grande do Sul, uma das peças do arreio é o serigote. Este vocábulo é apenas uma deturpação da expressão alemã: sehr gut (muito bom). Os imigrantes alemães trouxeram a inovação e quando a mostraram aos locais, estes entenderam ser esse o nome da peça. Teriam exclamado os gauchões: “Esse tal de serigote dos lamão é buenacho barbaridade!”

CHIMIA

No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, é comum se chamar a geléia de passar no pão, de chimia. O termo vem da palavra alemão schmier, e o doce foi trazido pelos imigrantes, popularizando-se devido à sua boa aceitação. Na verdade schimer em alemão não significa geléia específicamente, mas pasta, e até mesmo a graxa de lubrificação é chamada schmier. Muito cuidado ao pedir geléia na Alemanha, portanto!…